Se você estiver lendo esse post pelo celular, por favor deixe um emoji nos comentários. Essa talvez seja a oportunidade de comprovar a realidade que 70% dos brasileiros preferem ler pelo celular.
A Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil constatou que o bom e velho hábito de cheirar e folhear páginas de livros até ter uma forte crise de rinite parece ter saído de moda.
E eu, aqui militando com uma bandeira solitária a favor dos livros físicos, gostaria de compartilhar com você o que descobri durante minha investigação sobre essa mudança.
Antes que você possa dizer que a resposta é óbvia, saiba gentil leitor que a minha busca foi além do como. Eu e você sabemos que a invenção do computador, dos leitores digitais (como o Kindle) e celulares, tudo se digitalizou. De repente a gente parou de tocar nas coisas.
Celular na mão e livro na alma: como o Brasil está lendo
Você torce o nariz para a leitura digital? Pois saiba que esse purismo literário está ficando cada vez mais raro. Agora, se você é como eu, que adora ter um livro por perto mesmo no meio da correria, essa transformação faz todo sentido.
Segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro, 75% dos leitores brasileiros usam o celular como principal meio para ler livros digitais. Um crescimento de dois pontos percentuais entre 2019 e 2024 que confirma o que já percebemos na prática: o celular virou uma extensão do nosso bolso, da nossa agenda… e da nossa estante.
E tem mais: o consumo de audiolivros também aumentou, indo de 20% para 23% nesse mesmo período. Ou seja, estamos descobrindo novas formas de continuar lendo, mesmo quando os olhos cansam, o tempo aperta ou o metrô está lotado.
Qual tipo de livro é o preferido do brasileiro
Entre os brasileiros que compram livros digitais, 81% preferem o formato e-book, e metade lê diretamente no celular. Mesmo entre quem tem acesso a e-readers como o Kindle, o smartphone continua sendo o dispositivo mais popular. Isso mostra que, mais do que o ideal, é o acessível que define os hábitos de leitura hoje.
O celular está com a gente no café da manhã, no intervalo do trabalho, na fila do banco e até naquele momento solitário no sofá antes de dormir. E se ele também pode ser nosso cantinho de leitura, por que não?
Kindle é a melhor alternativa para leitores vorazes
Eu amo livros físicos, amo a sensação de virar as páginas, sentir o cheiro do papel e fazer marcações com lápis. Mas depois que comecei a ler mais de 3 livros por mês, percebi que precisava de uma solução mais prática. Carregar um livro enorme na bolsa todo dia começou a pesar — literalmente. Foi aí que o Kindle entrou na minha vida.
Com tela antirreflexo, leveza absurda e uma bateria que dura semanas, o Kindle me acompanha na cama, no sofá, na fila do banco e até naquela espera no consultório. Além disso, o catálogo de e-books da Amazon é gigantesco — e os preços na maior parte das vezes são bem mais acessíveis que os livros físicos.
O lado ruim de ler pelo celular
Quem já tentou ler um capítulo inteiro pelo celular antes de dormir sabe: a praticidade é enorme, mas o cansaço visual pode chegar rapidinho. Segundo especialistas, o uso prolongado das telas pode gerar desconforto, dores de cabeça e até prejudicar a qualidade da leitura, especialmente quando o contraste da tela não está adequado.
Por isso, vale ajustar o brilho, usar o modo noturno e até fazer pausas para descansar os olhos. E se você, como eu, gosta de alternar entre físico e digital, melhor ainda.
6 EFEITOS COLATERAIS DE TROCAR O LIVRO FÍSICO PELO DIGITAL:
1. Fadiga visual
Ler em telas por longos períodos pode causar cansaço nos olhos, ardência e até dor de cabeça. Isso acontece pela luz azul emitida por celulares, tablets e computadores.
2. Insônia
Se você costuma ler antes de dormir, o digital pode ser um vilão. A luz das telas interfere na produção de melatonina (o hormônio do sono), o que atrapalha o adormecer.
3. Falta de foco e distrações
Notificações, mensagens e o fácil acesso a outros aplicativos podem desviar sua atenção da leitura. Um virar de página vira uma checada no WhatsApp.
4. Menor retenção de conteúdo
Estudos indicam que muitas pessoas retêm menos informações ao ler no digital, principalmente se estiverem navegando rapidamente. A leitura em papel é mais "tátil" e favorece a memória.
5. Saudade do cheiro de livro
Sim, isso é real! Muita gente sente falta do cheiro de papel novo (ou velho), do toque da capa, da lombada na estante. O digital não oferece essa experiência sensorial.
6. Diminuição do vínculo emocional
Muitos leitores criam uma conexão afetiva com os livros físicos: guardam, emprestam, escrevem à mão nas margens, presenteiam. No digital, esse vínculo tende a ser mais superficial.
O livro físico vai deixar de existir?
Para o CEO da Editora Lisboa, Renato Lisboa, esse novo jeito de ler representa uma grande oportunidade. Segundo ele, “em tempos em que a busca por conhecimento nunca foi tão intensa, testemunhamos uma transformação notável no comportamento de leitura dos brasileiros, refletindo uma sociedade cada vez mais ávida por informação, cultura e desenvolvimento pessoal”.
Mesmo com o boom do digital, o livro físico segue firme — inclusive com recordes de produção em 2024. E sabe por quê? Porque a experiência sensorial de virar páginas, sentir o cheiro do papel e marcar um parágrafo com lápis ainda tem o seu valor.
Motivos pelos quais os brasileiros estão lendo mais pelo celular
Acesso rápido e prático
O celular está sempre com a gente — no bolso, na bolsa, na mesa de cabeceira — e isso torna a leitura digital uma opção natural e acessível. Ele virou uma extensão da rotina: da agenda, do trabalho e, agora, também da estante de livros.
Audiolivro para aproveitar TODOS os momentos
O consumo de audiolivros cresceu de 20% para 23%. Essa forma de leitura ganhou espaço entre quem quer continuar consumindo histórias mesmo quando não pode parar para ler — como durante uma caminhada, lavando louça ou dirigindo.
Livros digitais costumam ser mais baratos
Os e-books costumam ser mais baratos que os livros físicos, e muitas vezes há promoções ou até títulos gratuitos. Isso facilita o acesso à leitura, especialmente para quem lê com frequência.
Livros no Brasil costumam ser caros
Outro fator que ajuda a explicar por que tantos brasileiros estão migrando para a leitura digital é o preço dos livros físicos. Em média, um livro no Brasil custa entre R$ 40 e R$ 70 — valor que pode subir bastante em lançamentos, edições especiais ou obras importadas. Para quem lê com frequência ou quer manter uma rotina de leitura mensal, isso pode pesar no bolso.
Comprar dois ou três livros por mês pode facilmente ultrapassar R$ 150. E é aí que os e-books — muitas vezes mais baratos ou até gratuitos em promoções — se tornam uma opção mais viável. Sem falar em assinaturas como o Kindle Unlimited, que permite ler quantos livros quiser por uma mensalidade fixa (em torno de R$ 19,90).
A leitura digital, nesse contexto, não é só uma questão de gosto, mas de acessibilidade e economia.
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