Annie
Era final de ano, caminhávamos pelas ruas da cidadela portadora do nome que a agora me foge a lembrança, o importante é saber que estávamos na Itália. Oh a Itália, tão romântica, tão bela. Seus prédios clássicos e marcantes inspiraram colunas, poemas, livros... O país em que a magia corre solta, e a ligação puxa. Sou uma descendente, sendo assim me encontrei nessa pacata cidade. Minha aventura havia começado faziam dois meses e as aventuras que vivi, ficaram em minha memória para sempre, tenho certeza. Passei por Berlin, Londres, Vegas, lugares tão diferentes e com tamanha energia. Mas porque justo essa cidade que aparentemente não possui nada de especial me chamou atenção? Ó, tenho a resposta, essa cidade me lembra a minha cidade natal, aquela que sei que nunca poderei voltar, depois da briga desastrosa que tive com Henrique, não me entenda mau, mas a cidade é repleta de nós dois, viver lá novamente seria impossível. Andei até um parque que me trouxe memórias de nós dois juntos em nossa última vez juntos.
Anteriormente
Estávamos no parque como de costume, passear por entre as árvores, sentir o cheiro do verde em meio a nossa amada cidade, me fazia sentir sempre mais viva. Caminhava de mãos dadas com Henrique, agarrando forte a sua mão. Existia algo dentro de mim que sinalizava que algo ruim iria acontecer, mas decidi afundar o sentimento e aproveitar esse momento com meu amor. Seus olhos calorosos sorriram pra mim, sua boca desceu até meu ouvido e sussurrou suavemente- Eu te amo. Sorri calorosamente em retorno, fiquei na ponta dos pés e o beijei.
-Eu te amo, daqui até a lua!
Ele sorriu, me puxou em seus braços e me girou. Riamos como crianças...
-Que lindo casal! Pena que seja uma grande fachada.
Ouvi a voz de Verônica, o sentir endurecer contra mim, seu corpo ficar tenso. Antes de focar em minha própria raiva olhei em seu rosto, sua mandíbula estava apertada, seus olhos semicerrados a fitando com raiva e com medo? Medo por quê?
-Verônica, você por aqui? Pensei que esse fosse o parque dos macacos, não das galinhas.
-Sim meu anjo, mas as galinhas são aceitas, assim como as vacas ostentando seus chifres não é Henrique?
Olhei em seu rosto enfurecido, e chamei sua atenção. Quando seus olhos encontraram os meus, compreendi que a indireta dessa ex era verdade. Ele me traiu com ela. Meu corpo tenso e raivoso, se dirigiu a ela com raiva.
-Sua cretina, me explique isso.
-Seu namorado perfeito não lhe contou? A forma que você se divertiu comigo no jantar da empresa parecia que havia abalado seu mundo. A maneira que falou meu nome, que beijou cada parte do meu corpo...
-Basta! Ele a interrompeu esbravejando. -Saia daqui sua vagabunda.
-Anie, olhe pra mim, posso explicar.
-Explicar? Vai me falar que isso não é verdade? Com ela? Justamente ela, a mulher que eu odeio, que sempre senti ciúme. O que me corta é que fui fiel a você desde o nosso primeiro beijo, não houve ninguém depois, mas você? Eu não posso mais estar no mesmo ambiente que você!
-Por favor, foi uma recaída, eu estava bêbado. Eu não queria.
Meu coração se quebrou, a pessoa que confiei com todo meu coração, que o possuía resolveu quebrá-lo, esmagá-lo. As lágrimas corriam quentes por minhas bochechas, arranquei a aliança de noivado e joguei em sua cara.
-Tinha certeza que você seria meu e eu sua sempre, posso ver como me engano facilmente. Nunca mais me telefone, ou tente entrar em contato comigo. Esqueça que alguma vez me conheceu.
Sai correndo, chorando em busca de algo que me devolvesse o ar...
Atualmente
Assim, novamente escorriam lágrimas de meus olhos. Os fechei com força e decidiu que essa cidade seria minha nova casa, familiar e confortável mas sem as lembranças de alguém outrora me quebrou.
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